Aconteceu no evento
Instituto Lado a Lado pela Vida lança campanha de combate ao Câncer de Ovário para alertar e salvar vidas
Debater um tumor que é silencioso e não muito divulgado, propagando informações que podem salvar a vida de muitas mulheres. Com essa missão, o Instituto Lado a Lado pela Vida aproveitou o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, 8 de maio, para lançar uma campanha para discutir o assunto e estimular o diagnóstico precoce da doença.
Com o lema ‘O câncer de ovário é o tumor feminino mais silencioso. Ajude a fazer barulho’, a campanha começou com um workshop no L’Hotel Porto Bay, que reuniu especialistas e pacientes que debateram o assunto. Houve ainda uma ação com 15 mulheres vestidas de camisola com a representação do útero e ovários e de pantufas desfilando pela Avenida Paulista, entregando folhetos informativos e divulgando dados sobre o câncer de ovário. As ações fazem parte da campanha Vencer com Autoestima, do Instituto Lado a Lado.
“Esse é um tumor silencioso que acomete muitas mulheres. Vamos levar essa mensagem. A mulher não tem que prestar atenção só na mama. Deve conversar com o médico, questionar”, destacou a presidente do Instituto Lado a Lado, Marlene Oliveira, durante a abertura do workshop.
No estadio 1, chance de cura é de 90%
A moderadora do evento, médica oncologista clínica Graziela Zibetti Dal Molin, apresentou dados epidemiológicos do Brasil e do mundo, mostrando que a maior incidência se dá especialmente em países desenvolvidos.
Para dra. Graziela, como não há exame de prevenção efetivo, o quadro é arrastado e não se relaciona o sintoma com uma doença mais grave, demorando para buscar auxílio médico. “No estadio 1, a chance de cura é de 90%; no estadio 3, menos de 20%”, explica a médica, que falou também dos benefícios dos novos tratamentos.
A importância do teste genético
A médica oncologista clínica Maria Nirvana Formiga, que abordou no evento o aconselhamento genético, explica que de 10 a 15% das mulheres com câncer de ovário têm mutação germinativa BRCA 1 ou BRCA 2.
Em situações em que há diversos casos de cânceres na mesma família, casos precoces, entre outros fatores de risco, há encaminhamento para o aconselhamento genético, onde é feito o teste (sangue ou saliva), convocam-se familiares, identificam-se outras mulheres com a situação e o tema mutação é discutido com a paciente.
Atendimento de excelência
O cirurgião ginecológico Renato Moretti chama atenção para a necessidade de o atendimento das pacientes de câncer de ovário ser feito em locais de excelência. “É uma doença pouco frequente, precisa de tratamento em local de qualidade, centro de alta complexidade, com aconselhamento genético, imagem, laparoscopia, equipe multidisciplinar oncológica e não oncológica – com especialidades cirúrgicas e clínicas – UTI e reabilitação”, cita o médico. “De que adianta garantir sobrevivência se não dou qualidade de vida? Precisamos de serviço de excelência”.
Pacientes contam sua jornada
As pacientes que participaram do workshop do Instituto Lado a Lado relataram as dificuldades que enfrentaram para ter o diagnóstico.
Nanci Venturi descobriu um câncer de ovário há 5 anos. Tinha inchaço abdominal, sangramento excessivo, dor abdominal, emagrecia
e engordava, sofria com desarranjo intestinal. Levou dois anos para conseguir seu diagnóstico, que ocorreu após uma situação de emergência, quando ela precisou ir ao pronto atendimento depois da barriga inchar a ponto de ela ter dificuldade de respirar.
Amanda Cabral Benites descobriu o câncer de ovário aos 21 anos. Ela fazia acompanhamento regular com ginecologista. O ultrassom pélvico descobriu uma massa de cerca de 11 centímetros. Foi retirada na cirurgia e o exame apontou tumor borderline. O médico indicou que ela estava bem, mas Amanda quis procurar um oncologista e descobriu que era um tumor borderline com implante carcinoma. Fez tratamento e está em remissão desde junho de 2014.
Andréa Maria Soares Almeida Lira sentiu uma dor forte que começou do nada e em pouco tempo aumentou bastante. Foi assim que descobriu um tumor de células claras, bastante agressivo, com 8 centímetros de diâmetro. Terminou a quimioterapia em dezembro e agora faz acompanhamento. “Eu tinha cólicas, achava normal; doía um pouco, achava que era porque tive cisto hemorrágico. O tumor de ovário não é muito divulgado”, lamenta.
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